Trabalhar de forma holística com outros profissionais da saúde não apenas beneficia grandemente o paciente, mas também otimiza o fluxo de cuidados e facilita o exercício dos profissionais envolvidos.

Não existe nenhuma separação entre a boca e o restante do organismo do indivíduo. Sendo assim, médicos e dentistas podem e devem trabalhar juntos, pois desta forma o diagnóstico do paciente é otimizado e essa parceria garante uma maior qualidade de vida à pessoa que está em tratamento”, diz a ortodontista Catarina Riva.

É por isso que já reforçamos a importância de orientar seus pacientes a cuidarem da saúde oral nesta matéria “O cuidado do paciente por meio desta visão holística gera a ele um engrandecimento, autoestima, confiança na determinação do diagnóstico e qualidade de vida”, completa o dentista Caio Borelli Zeller.
Diante desta instrução, cabe aos profissionais se atentarem a formas de unir esforços na prática.

Formas de trabalhar em conjunto ao dentista

Essa integração de médico e dentista é mais fácil quando ambos trabalham no mesmo ambulatório, rede hospitalar ou consultório, seja pela proximidade física ou acesso ao prontuário por toda a equipe.

No entanto, é possível promover o trabalho em conjunto mesmo quando não existe essa integração física. Tudo começa na conversa com o paciente e no entendimento do corpo como um organismo único – logo, os cuidados com a saúde oral também afetam as demais partes.

“É raro que o médico pergunte ao paciente qual é a sua rotina de cuidados diários com os dentes, se ele tem alguma inflamação ou infecção na boca, se passou por algum tratamento dental específico. É importante que o médico se preocupe com os aspectos odontológicos do paciente da mesma forma que o dentista deve perguntar e saber sobre os hábitos de vida, se ele passa por algum estresse, se fez alguma cirurgia e os remédios que toma.”, recomenda Riva.

Essas conversas devem ser ainda mais incentivadas quando se lida com determinados pacientes, como aqueles com câncer e em tratamento de outras doenças complexas.

O paciente também tem papel fundamental nessa integração, muitas vezes servindo de ponte entre os profissionais. Se saudável, ele deve consultar regularmente o seu médico e o seu dentista para que se faça uma avaliação preventiva da sua saúde.

“Caso ele receba algum diagnóstico do médico, ele pode e deve repassar as impressões ao seu dentista. O contrário também tem que ser feito, comunicando ao médico qualquer diagnóstico de alguma doença bucal”, aconselha Riva.

Caso a iniciativa não parta do paciente, médico e dentista podem questioná-lo a respeito. Se o médico perceber que os cuidados com a saúde bucal não andam em dia, também vale encaminhá-lo ao dentista para que seja feito o acompanhamento especializado.

“Não se pode negligenciar a opinião de um médico ou a opinião de um dentista em relação a qualquer problema do paciente. Esta integração beneficia o paciente na medida em que ela favorece um diagnóstico mais rápido e assertivo”, finaliza Riva.